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Cabeleireiros têm maior risco de câncer

 Cabeleireiros e funcionários de salões de beleza estão entre as ocupações com alto risco de desenvolvimento de câncer devido ao contato direto com tinturas, formol e outras químicas. O levantamento Diretrizes de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho, divulgado ontem pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer), identificou 19 tipos de tumores malignos que podem estar relacionados ao trabalho. 
Além dos vilões já conhecidos como amianto, radiação solar e agrotóxicos, o estudo inclui 112 substâncias cancerígenas identificadas no ambiente de trabalho, como poeiras de cereal e de madeira. O estudo mostra também que os casos mais comuns da doença relacionada ao trabalho são leucemia, câncer de pulmão, no nariz, de pele, na bexiga, na pleura e na laringe.

De acordo com a coordenadora do estudo, Ubirani Otero, o documento serve como alerta para a população, sobretudo  os trabalhadores e autoridades, que devem reavaliar as políticas públicas hoje existentes. Segundo ela, a relação câncer e trabalho no Brasil está subdimensionada, o que prejudica o plano de ação de enfrentamento ao câncer.
“É importante que o médico pergunte  o tipo de ocupação do paciente com câncer e as pessoas prestem mais atenção a que tipo de substâncias estão expostas no seu dia a dia e informem aos seus médicos sobre isso”, afirmou.
Segundo o estudo, cerca de 46% dos casos de câncer relacionados ao trabalho não são notificados por falta de mais informação a respeito. Dos 113,8 mil benefícios de auxílio-doença por câncer dados pela Previdência Social, apenas 0,66% estavam registrados como tendo relação ocupacional. Em países com mais pesquisas sobre o tema e políticas públicas voltadas para o câncer relacionado ao trabalho, como Espanha e Itália, casos de câncer ocupacional variam entre 4% e 6% do total.

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